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11 julho 2015

Falta Pouco

É, meu amor, que falta pouco
pro tempo das sombras passarem

e eu tentei
tentei tão fortemente que as sombras fossem minhas amigas, que me dessem respostas
que não se exigem

nem das sombras, nem das sombras
a morte existe devagar, e o poder e tudo aquilo que o ser humano quer é que ando todo
abandonado

de repente me alivia
mas nosso amor, amor

não, não esqueço, não esqueci
não abandonei, não deixei
não parei de vir

não parei de ti.

Parei apenas das coisas não vistas.


29 abril 2015

Das mãos

Sim, ferramentas tontas
dos meus delírios

coisa tola dos amores.

Minhas mãos
são as mesmas que me sorriem
e na ingratidão dos meus olhos
ainda prosseguem, persistem
me afligem, sacodem em mim.

Mãos, tão maternas das minhas ideias
tão quietas com o envelhecimento diário
de cada coisinha e cada coisinha mais atentas ficam

Mais, que a alma quando perde todo seu encanto
e depois vê que naqueles dois cantinhos do corpo
estavam lá: prontas pra versar carinho.

07 abril 2015

Da tristeza de quem fica

Que eu fique triste
e dessa imensa tristeza, porque fico
venha tanto tanto calor
(como as boas lembranças)
que meu corpo (não só a alma)
fique quente, tão quente
da pele respirar o ar mais que os pulmões

e o ar me transforme,
de vez, em pura poesia.
(não poeira).

Para uma amada amiga que partiu

24 março 2015

Talvez eu tente mais devegar

Talvez eu queira
mais doce
também

Talvez eu possa concertar
quem nós somos
e talvez é advérbio incerto

Talvez ao tentar nos concertar
eu já tenha mudado
que eu seja (meu amor).

Meu, amor, no, entanto, será
igual.

- Porque amor não tem concerto, não era assim que diziam?

08 março 2015

Desses dias em que a terra treme

Pois eram os lábios tremidos
e a língua torcida

e a garganta inflamada do meu nome
que nem soube mais
falar o teu.